Adriana Varejão nasceu em 1964, no Rio de Janeiro, cidade onde vive e trabalha até hoje. Entre 1981 e 1985 ela fez cursos livres na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Ela é uma das mais importantes artistas contemporâneas brasileiras e suas obras são reconhecidas em todo o mundo. Esse ano, "Parede com Incisões a la Fontana II" bateu o recorde de maior valor já pago pela obra de um artista brasileiro ainda vivo. Suas obras já foram expostas em museus como MoMa, Tate Modern, Guggenhein, Fundação Cartier entre outros, mostrando sua grande contribuição para a arte contemporânea e a importância de seu nome nesse meio.

Parede com Incisões a la Fontana II Em seus trabalhos, Adriana, muitas vezes, evoca o barroco assoiado à arquitetura, à escultura e principalmente à pintura, resultando em uma explosão de força criativa. Em Inhotim Adriana inovou mais uma vez. Foi a primeira artista a participar do processo de criação da galeria que viria a receber seus trabalhos. O projeto foi feito com a participação da artista pelo arquiteto Rodrigo Cerviño Lopez e resultou em uma edificação impressionante que foi inaugurada em 2008 e já recebeu o prêmio Rino Levi Ex Aequo 2008 do Instituto de Arquitetos do Brasil.
Galeria Adriana Varejão Localizada na extremidade norte do terreno do museu, a galeria tem 447 metros quadrados e possui um percurso único que determina o roteiro para observação das obras expostas. Esse percurso se inicia com um caminho entre espelhos d'água e culmina com uma grande praça elevada que possui uma ponte que dá acesso às áreas de expansão do museu. O prédio assemelha-se a uma caixa fechada de concreto suspensa sobre um terreno inclinado que balança sobre a entrada e cobre um espelho d'ága que reflete a paisagem ao redor. A arquitetura sozinha já se torna uma obra a parte, porém ao entrarmos na galeria as obras da artista se tornam as protagonistas. Iniciando o percurso está Panacea Phantastica, um conjunto de azulejos que retratam 50 espécies de plantas alucinógenas. Na galeria essa obra se transformou em um banco na entrada do pavilhão. Em um dos azulejos um texto sugere a relação entre os efeitos alucinógenos das plantas e mudanças na percepção que podem ser provocadas também pela arte. Assim o visitante já pode começar sua visita com a cabeça aberta e olhar atento e aproveitar melhor a experiência que as obras tem a oferecer.
Panacea Phantastica A próxima obra que podemos observar é a Linda do Rosário. Essa obra consiste em uma parede destruída que tem como material interior víceras e carne. é uma obra impressionante, realista e que prendeu a atenção de todos por bastante tempo. Recebeu esse nome por causa de um hotel chamado Linda do Rosário que desabou e uma das paredes azulejadas atingiu um casal num dos cômodos do prédio. Sua obra investiga a utilização do corpo humano, da visceralidade e da representação da carne como elemento estético.
Linda do Rosário A proxima obra é "O Colecionador", sua maior pintura da série "Saunas". Adriana faz uso de uma palheta monocromática para criar um "labirinto interior idealizado". Com seus jogos de luz e sombra, a pintura evoca espaços de prazer e sensualidade e reflete a arquitetura do pavilhão, propondo uma continuidade virtual do espaço, Essa obra é impressionante e quando vista de longe gera uma dúvida se se trata apenas de uma pintura ou um espaço real. Tudo isso ocorre como resultado da perspectiva e do jogo de luz e sombras da imagem. Nela, até a água ganha um aspecto real.
O Colecionador Ao subir as escadas chegamos à obra "Celacanto provoca Maremoto" essa obra foi criada especialmente para o espaço a partir de um painel original de apenas uma parede. Suas principais referências históricas são o barroco e a azulejaria portuguesa. Como no período colonial os azulejos eram trazidos de navio de portugal, muitos chegavam aqui danificados. Além disso, a população que vivia aqui os colocavam nos painéis de maneira desordenada, diferente da utilizada originalmente em Portugal. Desse modo, a utilizam da técnica de craqueamento, o maremoto e as feições angelicais impressas na pintura formam uma calculada arquitetura do caos, com modulações cromáticas e compositivas, remetendo a cadência entre ritmo e melodia. O visitante se sente imerso nessa atmosfera e em alguns casos tenta montar uma lógica e encaixar o diferentes azulejos. O nome dessa obra faz referência ao peixe celacanto que vive em águas profundas.
Celacanto Provoca Maremoto Em "Carnívoras" a artista representa uma figura isolada em cada azulejo, ao contrário dos grandes painéis que na azulejaria narram acontecimentos históricos. Adriana Varejão retratou nessa obra cinco espécies de plantas carnívoras, valendo-se da pintura de forro. A obra se encontra acima da obra "Linda do Rosário" e pode ser vista a partir do primeiro ou do segundo piso.
Carnívoras Por útimo chegamos à praça elevada onde se encontra a obra " Passarinhos- de Inhotim a Demini". Essa obra também ganha a função de um grande banco em que são retratadas várias espécies de pássaros. Como se trata de um terraço o visitante pode sentir uma grande conexão com a natureza ao redor. A polivalência, os desenhos e as cores utilizadas nessa obra criam uma atmosfera agradável e acolhedora.
Praça elevada e a obra Passarinhos- de Inhotim a Demini" Por fim, alguns croquis que fiz:

sábado, 24 de setembro de 2011 Posted in | | 0 Comments »

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