No dia 29 de agosto o jornal Folha de São Paulo publicou uma entrevista com Alexandros Washburn, que é o diretor dos projetos de desenho urbano de Nova York. Alexandros foi um dos responsáveis pelo projeto do High Line, que transformou uma antiga linha de trem em espaço turístico.

High Line antes

High Line apos o projeto de revitalzação

Na entrevista, Alexandros destacou a importância do encontros das edificações com a rua, criticou o modelo de urbanização utilizado em diversas cidades do mundo com prédios recuados e muros altos que tornam a rua fechada para os transeuntes. Segundo Alexandro estamos no momento de dar prioridade ao pedestre, pensar em suas necessidades, sua interação com a rua, os problemas que enfrentam etc. Claro que é importante que carros e pessoas possam andar juntos, mas a questão esta em qual destes depositar a prioridade nos projetos urbanísticos.
Projetos como o High Line, a ciclovia do East Side e a revitalização da área portuária de Nova York podem servir como fonte de inspiração para projetos futuros nas cidades brasileiras. Afinal, não se trata de destruir e "jogar fora" as áreas incluídas nos projetos, mas sim de dar um novo uso à elas e revitalizá-las.

No dia 9 de setembro, também no jornal Folha de São Paulo, na seção "Opinião", Ruy Castro publicou :
"Pelos Olhos do Cidadão
Numa entrevista a Vanessa Correa durante o Primeiro Congresso Internacional de Habitação e Urbanismo, realizado em São Paulo, o arquiteto Alexandros Washburn, diretor de desenho urbano da Prefeitura de Nova York, falou da importância de ser, ora, veja, pedestre na metrópole por excelência.
"Caminhar é a atividade mais importante na cidade" ele disse. "Tanto pelo lado cultural como pela sustentabilidade(...) É por isso que Nova York é uma cidade vibrante. (...) O espaço público é importante para construir confiança entre as pessoas de todas as classes e etnias. (...) Quando toma a decisão de colocar o pedestre em primeiro lugar, você adota um novo ponto de vista."
E então Washburn disparou um conceito que, para muitos, pode parecer chocante: "o muro da rua tem que ser feito do tecido dos prédios, com lojas [no térreo], janelas nos primeiros andares. [É preciso] sentir que as extremidades da rua estão abertas para você. E que as pessoas estão olhando para você".
No Brasil, há anos temos feito o contrário. Asfixiamos nossas cidades com prédios em que não só o comércio, mas até os moradores foram banidos dos três ou quatro primeiros andares, agora reservados a garagens. Somado a isso o térreo afastado da rua e de pé-direito muito alto, é como se, nesses prédios, a vida só começasse a 20 metros de altura. É como estabelecer que a rua nos é hostil, que devemos manter distância e nunca nos arriscarmos por ela a pé.
Pusemos nossas cidades a serviço do carro, e deu no que deu- elas ficaram efetivamente hostis. Daí ser fascinante ouvir do homem responsável pelo planejamento urbano, não de Brejo Seco, mas de Nova York: "Carros e pessoas podem andar juntos, mas a questão é perguntar primeiro ao pedestre"."

Achei interessante essas publicações e por isso resolvi guardá-las aqui.

domingo, 11 de setembro de 2011 Posted in | | 0 Comments »

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